terça-feira, 24 de abril de 2018

INSÔNIA

não procuro culpados
mas vejo este buraco que está em mim
que sou
talvez

o buraco é "querer"
mas não me empurraram no inconsciente o que eu quero?
eu não sou um bicho não, sistema!
eu sou apenas parte... 
esta parte nula.
uma forma de tumor
benigno.

esta incapacidade injetada para a dor nossa
toda nossa
este suportar somente a minha dor
que é o  "nosso" perdido

já não sei se foram os amigos
ou o conceito de amizade que espatifou dentro de mim

somos tão pequenos
e esquecemos de tudo
uns dos outros


é minha mãe
é minha família

não há em ninguém um abraço que me salve
do buraco...
que sou?
que estou?
que eu sinto?
que é meu querer?


somos tão pequenos
e esquecemos para o bem e para o mal de sermos.

quarta-feira, 11 de abril de 2018

A PORTA DO CANTO

quando eu canto vou embora
de mim me despeço e desfaço...
não é que eu fique nu,
é que não fico,
nada resta!

quando eu canto quem me vê se engana que estou presente
e há tanta resignação e desespero que ficam pra trás...
a vontade é sair num canto
e não voltar nunca mais

quarta-feira, 4 de abril de 2018

OBTUSA






a sociedade, muito mais forte que o indivíduo, quando o culpa como um autor exclusivo, é enormemente covarde. é obtusa e covarde se lhe atribui responsabilidade sem se atribuir nenhuma! enxergá-lo e cobrá-lo como exclusivo "autor de si mesmo" é negar - ela: mais forte, mais fria, mais antiga, mais competente e aparatada... - sua responsabilidade cultural, educacional, afetiva, histórica, econômica na construção dos seus.

https://www.instagram.com/p/CO7w00ZngpW/?utm_medium=copy_link

terça-feira, 3 de abril de 2018

QUANTO!

mas o meu deserto
a minha solidão
o ser eu
esta coisa

quantas coisas
pela mente, pelo estômago e no coração!
quantas células envolvidas
empregadas nisto!
quanta especialização!

quanto há de gosto,
até para apurar o desgosto desta composição!